quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

O Mondego na Medroa






Para quem não sabe, o Mondego nasce na Serra da Estrela, na Nascente do Mondeguinho, e corre para norte descendo a Serra, passando por Videmonte e pelos Trinta, aparecendo então no Vale do Mondego onde corre entre pedras e pequenos açudes. Passa pela Praia Fluivial de Aldeia Viçosa, e depois do Porto da Carne curva para oeste, na direcção de Celorico da Beira.
Antes de chegar ao Vale, parte da água é desviada por uma condura subterrânea para a Barragem do Caldeirão, mais a leste, para daí se retirar água potável e energia. Depois, volta a encontrar-se com o leito natural, já na freguesia de Vila Soeiro, a mais a sul de todo o Vale, e por ventura a mais isolada e mais naturalmente bela e preservada.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Amendoeira em flôr


Hoje, dia 23 de Fevereiro, começou realmente a Primavera aqui no Vale do Mondego. Está um sol quente, os animais agitam-se após uns meses frios e difíceis.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Moedor


Coisas de outros tempos 14
Originally uploaded by LuPan59
Servia para moer as flores de Cardo, com sal e um pouco de água, substancia essa que fazia coalhar o leite e assim fazer queijo.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Estrada Romana que atravessa o Vale do Mondego


Desce do Tintinolho, passa na Ramalhosa, reaparece em Pero Soares e na Mizarela...
Para saber das Calçadas Romanas em território português, clique aqui:
Diz o General João de Almeida em "A Guarda Capital da Beira":
"Quando Júlio César foi nomeado pretor da Lusitânia, havia mais de 200 anos que os romanos em vão pensavam tornar efectivo o seu domínio na região dos Hermínios. Com alternativas várias e consoante os chefes, o seu domínio alcançava penetrar nesses maciços montanhosos e receber o acatamento dos seus povos.
Aquele grande chefe romano, partindo de Mérida, atravessa o Tejo em Alcântara e sobe às alturas da Guarda e mercê ainda duma cilada, consegue cercar e vencer os vetões, a tribo mais forte e culta dos lusitanos, nas margens do Mondego, no sítio que para consagração do feito, ainda hoje se chama a Ratoeira.
E reconhecendo à Guarda todo o valor da sua posição e para garantir a posse da sua região, acampa nela uma das suas legiões, dando-lhe o nome de Lancia Opidana, e manda proceder à construção de duas grandes estradas, uma que saindo de Mérida por Alcântara na margem do Tejo, subia à Lancia Opidana; e dali seguindo para norte, atravessa o Douro em Numão, e se bifurcava, indo um ramal terminar em Braga e outro em Astorga; a outra que saindo de Coimbra, vinha a Celorico, subia à Guarda; e dali por Opidania (Verdugal) e Mirobriga (Cidade de Rodrigo) ia terminar em Salamântica (Salamanca) ".

Mais adiante refere o mesmo autor na mesma obra:
"Depois passados séculos, vêm os barbados, constituindo o reino Suevo-Alano, abrangendo toda a primitiva Lusitânia dos tempos de Augusto, A Vetónia subsiste como província e com sua capital em Lancia Opidana, agora designada por Warda (Guarda)" .

Em referência à antiguidade da Guarda, diz Fr. Agostinho de Santa Maria no seu " Santuário Mariano" ela não foi só grande povoação em tempo dos godos, mas já seria grande no tempo dos romanos".
É sabido que à dominação dos Godos sobreveio a dos Árabes que assolam a região dos Hermínios, indo os seus habitantes refugiar-se nos pontos mais altos das suas montanhas, onde vivem à sombra protectora dos seus castros e citânias.

Diz o historiador, investigador e etnógrafo Virgílio Afonso, no seu livro "A Guarda e os Amores da Ribeirinha":

"Ora os "castros" eram fortificações que os antigos povos (especialmente celtas, lusitanos e romanos) construíram em lugares elevados, formando à sua volta as suas casas circulares, protegidas por fossos ou cursos de água e outros sistemas defensivos. Muitas ruínas desses " castros " se identificam no concelho da Guarda, e assim temos o Tintinolho para os lados do rio Mondego (proximidades de Cavadoude, vigiando os castelos da Guarda e de Celorico da Beira); os Castelos Velhos, junto à Póvoa do Mileu (sobranceiro); Tins e Picoto, na zona de Mondego e Sobral da Serra; o Forte Velho, a primeira fortaleza da Guarda, antes de existir o castelo de D. Sancho II o Jarmelo, com ruínas de muralhas lusitanas e romanas, e ainda os pequenos castelos do Alvendre, de Avelãs de Ambom, Codeceiro, Rochoso, Arrifana, Vila Fernando e Maçaínhas e o "castro" do Caldeirão".

Ainda a propósito da antiguidade da Guarda refere o eminente arqueólogo Dr. Adriano Vasco Rodrigues, no volume " Monografia Artística da Cidade da Guarda ":

"Carlos de Oliveira nega, na região, quaisquer vestígios de romanização. Contudo eles existiam já visíveis em 1941 e 1942, data em que este autor escreveu os sete artigos para a " Altitude ". Refiro-me às vias romanas, das quais aqui existem vestígios. O principal é o daquela que saindo de Mérida, seguia até Astorga. Outro testemunho de romanização, apontado por João de Almeida, é o do aparecimento de cerca de 300 denários republicanos encerrados num vaso de barro dentro de uma mina explorada pelos romanos, na vizinha povoação de Menoita. Destes denários expõe o Museu Regional mais de uma centena.

Contudo, provas de romanização, patentes em numerosos achados arqueológicos, têm sido descobertas nos últimos dez anos, dos quais os mais importantes foram os do Mileu, cerca da capela românica, quando abriam uma estrada. Estas provas acidentais foram conservadas mercê do interesse que passou a existir na cidade pelo problema da sua origem.

Entretanto, foram, também aparecendo testemunhos suvicos e visigóticos (trientes) alguns no Tintinolho e outros nos Castelos Velhos, perto da cidade. São testemunhas de romanização o aparecimento duma cabeça votiva de ninfa, na Fonte da Senhora dos Remédios, e os marcos miliários, dedicado um ao imperador Tácito, junto da chamada estrada de Herodes e o outro de Constantino, possivelmente a via romana que ia de Braga a Mérida, os quais estão depositadas no Museu Regional".

Refere ainda Adriano Vasco Rodrigues, no jornal "A Guarda" de 24 de Maio de 1957:
"Comprova-se agora que D. Sancho apenas aproveitou um local já conhecido e talvez ainda habitado no seu tempo. Nas obras de alargamento da área do Liceu e acaba de aparecer um túmulo romano (tipo cista), escavado no saibro. Este túmulo continha mais de uma dezena de vasos ciner rios e corresponde, possivelmente aos fins do séc. III, princípios do século IV em que se praticava a cremação. Nos vasos apareceram várias formas romanas muito curiosas.
Além dos vasos para guardar as cinzas do cadáver, há vasos para essências e um fragmento em vidro de um vaso lacrimogénio.
Os funerais romanos eram acompanhados por carpideiras. Estas carpideiras vertiam as lágrimas em pequenos vasos tubulares de vidro. Conforme a quantidade de líquido contido no tubo, assim recebiam a esmola da família do morto.
Todos estes vasos se encontram em exposição no Museu Regional, onde podem ser visitados pelos interessados".

Dos remotíssimos tempos o paleolítico apresenta a região de diversos vestígios. É o caso dos fipenes acheulenses, um do Rio Diz e outro de Cairrão.
ver também:

Rio Mondego, em Aldeia Viçosa


O Vulcão da Mizarela

Em Fevereiro de 1912 uma forte enchurrada fez desabar uma parte da encosta acima da Mizarela. Morreu muita gente. Os antigos falam de que a água se concentrava debaixo das pedras da serra, que os carros de bois ao passar por cima de algumas lages faziam ecoar barulhos esquisitos debaixo de terra. No sítio que desabou está hoje uma cratera, já coberta de vegetação. Chega-se a ela pelo caminho pedonal que sobe a partir da capela frente ao lavadouro, no limite norte da povoação.

Mizarela ao nascer do dia


Mizarela


Brasão da Quinta da Mitra


QUINTA DA MITRA

É o nome da Quinta doada pelo Episcopado da Guarda, que a usava para casa de veraneio, e nela situa-se hoje o Centro Educativo do Mondego.

Vejamos um pouco da história deste Episcopado retirada da página da net da Diocese da Guarda:

Ao ser transferida para a cidade da Guarda (1199), a Diocese Egitaniense teve como primeiro Bispo D. Martinho. Ficou sufragânea de Santiago de Compostela e o seu vasto território estendia-se até ao sul do Tejo. Com a criação da diocese de Portalegre (1549), sofreu uma primeira redução, e mais tarde, nos fins do séc. XVIII, nova redução. Pela reorganização eclesiástica de 1882, os seus limites foram alargados, com a incorporação da extinta diocese de Pinhel e parte das dioceses de Coimbra e Castelo Branco. Actualmente, é sufragânea de Lisboa. O seu território abrange, no distrito de Castelo Branco, os concelhos de Belmonte, Covilhã, Fundão e Penamacor, e ainda quatro freguesias do concelho de Castelo Branco (Almaceda, Louriçal do Campo, Ninho do Açor e S.Vicente da Beira); no distrito de Coimbra, a freguesia de S.Gião (conc. de Oliveira do Hospital); no distrito da Guarda, os concelhos de Almeida, Celorico da Beira, Figueira de Castelo Rodrigo, Gouveia, Guarda, Manteigas, Pinhel, Sabugal, Seia, Trancoso, três freguesias do concelho de Fornos de Algodres (Juncais, Vila Ruiva e Vila Soeiro do Chão, sendo esta apenas civil) e duas freguesias de Vila Nova de Foz Coa (Almendra e Castelo Melhor). Tem uma área de 6.759 Km2. A sua população está estimada em 250.000 habitantes (Censos de 2000).

Façamos, de seguida, uma viagem pela etimologia do nome da Quinta tentando decifrar também os símbolos do seu brasão.

E DONDE VEM O NOME DE MITRA?
O que diz a WIKIPEDIA:

“Mitra pertence às mitologias persa, indiana e romana. Na Índia e Pérsia representava a luz (deus solar). Representava também o bem e a libertação da matéria. Chamavam-na de "Sol Vencedor".
Existem referências a Mitra e a Varuna de 1400 a.C., como deuses de Mitanni, no norte da Mesopotâmia.
Entre os persas, apareceu como filho de Aúra-Masda, deus do bem, segundo as imagens dos templos e os escassos testemunhos escritos, o deus Mitra nasceu perto de uma fonte sagrada, debaixo de uma árvore sagrada, a partir de uma rocha (a petra generatrix; Mitra é por isso denominado de petra natus).
Segundo Heródoto, Mitra era a deusa Afrodite Urânia, trazida pelos assírios com o nome Mylitta e pelos árabes com o nome Alitta. Mitra, assim como os demais deuses persas, não tinha imagens, templos ou altares, porque, diferentemente dos gregos, os persas acreditavam que os deuses tinham uma natureza diferente da dos homens.
O culto de Mitra chegou à Europa onde se manteve até o século III. Em Roma, foi culto de alguns imperadores, denominado Protetor do Império.
O símbolo de Mitra era o touro, usado nos sacrifícios à divindade. A morte do touro, que representaria a Lua, era característica desse mistério que se espalhou pelo mundo helénico e romano por meio do exército. A partir do século II o culto a Mitra era dos mais importantes no Império romano e numerosos santuários (Mithraea, singular Mithraeum) foram construídos. A maior parte eram câmaras subterrâneas, com bancos em cada lado, raras vezes eram grutas artificiais. Imagens do culto eram pintadas nas paredes, e numa delas aparecia quase sempre Mithras que matava o touro sacrificial.
Algumas peculiaridades do mitraísmo foram agregadas a outras religiões, como o cristianismo. Por exemplo, desde a antiguidade, o nascimento de Mitra era celebrado em 25 de Dezembro.
O mitraísmo entrou em decadência a partir da formação da Igreja Católica como instituição, sob Constantino.
A principal razão para a decadência do mitraísmo frente ao cristianismo, foi o mitraísmo não ser tão inclusivo quanto a religião cristã. O culto a Mitra era permitido apenas aos homens, e ainda assim apenas aos homens iniciados em um ritual que acontecia somente em algumas épocas do ano.
O ritual de iniciação na religião mitraica consistia em levar o neófito até ao altar de Mitra, amarrado e vendado, onde o sacerdote oferecia a ele a Coroa do Mundo, colocando-a sobre sua cabeça. O neófito deveria recusar a coroa e responder: "Mitra é a minha única coroa".

Ligações com o cristianismo
O culto a Mitra passou por diversas transformações difundindo-se gradualmente até alcançar um lugar proeminente na Pérsia e representar o principal oponente do cristianismo no mundo romano, nas primeiras etapas de sua expansão.
Sua primeira menção é de aproximadamente 1400 a.C. onde é descrito como o deus do equilíbrio e da ordem do cosmo. Por volta do século V a.C. passou a integrar o panteão do Zoroastrismo Persa, a princípio como senhor dos elementos e depois sob a forma definitiva do deus solar.
Após a vitória de Alexandre, o Grande, sobre os persas, o culto a Mitra se propagou por todo Mundo Helenístico. Nos séculos III e IV da era cristã as religiões romanas, identificando-se com o carácter viril e luminoso do deus, transformaram o culto a mitra no mitraísmo.
A religião mitraica tinha raízes no dualismo zoroástrico (oposição entre bem e mal, espírito e matéria) e nos cultos helenísticos, mitra passou a ser um deus do bem, criador da luz, e em luta constante contra a divindade obscura do mal. Seu culto estava associado a uma existência futura e espiritual, completamente libertada da matéria.
O culto era celebrado em grutas sagradas onde o principal acontecimento era o sacrifício de um touro, cujo sangue brotava a vida, propiciando a imortalidade.
Com a adopção do cristianismo como religião oficial do império romano o mitrianismo entrou em declínio, mas o dualismo do perpétuo conflito entre o bem e o mal, luz e as trevas ainda sobreviveu sob a forma da doutrina maniqueísta.

Natal e Mitra
A celebração do Natal Cristão em 25 de Dezembro surgiu por paralelo com as solenidades do Deus Mitra, cujo nascimento era comemorado no Solstício (de inverno no hemisfério norte e de verão no hemisfério sul). No calendário romano este solstício acontecia erroneamente no dia 25, em vez de 21 ou 22.
Acontece que a Igreja Católica em contraposição ao culto prestado a Mitra, adoptou o mesmo dia para qual seria realizado a comemoração ao nascimento de Jesus Cristo. Era costume da Igreja Católica pegar elementos pagãos para santificá-los, sem que, com isso, se tornasse defeituosa a fé cristã, ou seja, não alterava a essência de suas crenças. Isso tudo para trazer conversões. Diz Cardeal John Henry Newman em referência a outras adopções: “O emprego de templos, e estes dedicados a certos santos, e enfeitados em ocasiões com ramos de árvores; incenso, lâmpadas e velas; ofertas votivas ao restabelecer-se de doenças; água benta; asilos; dias santos e estações, uso de calendários, procissões, bênçãos dos campos, vestimentas sacerdotais, a tonsura, a aliança nos casamentos, o virar-se para o Oriente, imagens numa data ulterior, talvez o cantochão e o Kyrie Eleison [o canto “Senhor, Tende Piedade”], são todos de origem pagã e santificados pela sua adopção na Igreja.” (Ensaio sobre o Desenvolvimento da Doutrina Cristã)
Os romanos comemoravam na madrugada de 24 de Dezembro o "Nascimento do Invicto" como alusão do alvorecer de um novo sol, com o nascimento do Menino Mitra.
É muito possível que o cristianismo tenha plagiado também o Mitraísmo aderindo às comemorações no dia 25 de Dezembro.
Esta foi a razão que levou algumas religiões, como por exemplo as Testemunhas de Jeová, a não participarem de festividades natalícias.”

Ainda da WIKIPEDIA um outro significado, talvez o que tenha mais a ver com o nome dado à Quinta, por influência dos desenhos do brasão de pedra à esquina sul do edifício:
“A mitra é um tipo de cobertura de cabeça fendida, consistindo de duas peças rígidas, de formato aproximadamente pentagonal, terminadas em ponta, por isso, às vezes chamadas corno ou cúspides, costuradas pelos lados e unidas por cima por um tecido, podendo ser dobradas conjuntamente. As duas cúspides superiores são livres e na parte inferior forma-se um espaço que permite vesti-la na cabeça.
Há duas faixas franjadas na parte posterior, chamadas ínfulas, que descem até as espáduas. Na teoria, a mitra sempre é supostamente branca.
A mitra usada pelo bispo simboliza um capacete de defesa que deve tornar o prelado terrível aos adversários da verdade. Por isso, apenas aos bispos, salvo por especial delegação, cabe a imposição do Espírito Santo no sacramento do Crisma ou Confirmação.
A mitra pontifical é da origem romana, sendo derivada de uma cobertura de cabeça não litúrgica, exclusiva do papa, o camelauco, do qual também teve origem a tiara. O camelauco era usado antes do século VIII, como se relata na biografia do Papa Constantino, no “Liber Pontificalis”. O nono ‘’Ordo’’ indica que o camelauco era confeccionado de um material branco e tinha a forma de um capacete. As moedas dos papas Sérgio III e Bento VII, em que São Pedro usava um camelauco, dão a este a forma de um cone, que é a forma original da mitra. O camelauco foi usado pelos papas principalmente durante as procissões solenes. A mitra evoluiu do camelauco, no curso do décimo século X, quando o papa começou a usar a mitra durante procissões à igreja e também durante o serviço religioso subsequente. Não se pode afirmar que tenha havido alguma influência do ornamento de cabeça sacerdotal do sumo sacerdote do Antigo Testamento. Foi só após a mitra estar sendo universalmente usada pelos bispos, é que se levantou a hipótese dela ser uma imitação da cobertura de cabeça sacerdotal judaica…
Desde o século XVII tem se escrito muito sobre em que tempo a mitra começou a ser usada na liturgia. Alguns autores crêem que seu uso é anterior aos tempos apostólicos, portanto anterior ao cristianismo. Segundo outros, remonta aos séculos VIII ou IX. E uma terceira corrente afirma que ela surgiu por volta do início do segundo milénio, sendo que antes era usado um ornamento para a cabeça na forma de grinalda ou coroa.
O certo é que um ornamento episcopal para a cabeça, na forma de uma faixa, nunca existiu em Europa ocidental, e que a mitra foi usada primeiramente em Roma por volta da metade do século X, e fora de Roma no ano 1000…
A primeira referência escrita sobre a mitra é encontrada numa bula de 1049, do Papa Leão IX. Nesta o papa, que tinha sido anteriormente bispo de Toul, na França, confirmou a primazia da igreja de Tréveris ao bispo Eberardo de Tréveris, anteriormente seu metropolita que o tinha acompanhado a Roma. Como um sinal desta primazia, o Leão IX concedeu ao bispo Eberardo a mitra romana, a fim de que a pudesse usar de acordo com o costume romano, ao executar os ofícios da igreja. Pelos anos 1100 a 1150, o uso da mitra já havia se generalizado entre os bispos.
Os cardeais já usavam a mitra no fim do século XI, provavelmente tendo adquirido este direito na primeira metade daquele século. Leão IX concedeu este privilégio aos cónegos da catedral de Besançon, em 1051. Os cardeais, certamente, gozaram deste privilégio, anteriormente a esta data. A primeira concessão de uma mitra a um abade data do ano 1063, quando o Papa Alexandre II concedeu a mitra ao abade Egelsino, na Abadia de Santo Agostinho, em Cantuária. Desde então as concessões aos abades foram aumentando até se generalizarem.
Também aos príncipes cristãos foi concedida, às vezes, a permissão usar a mitra, como uma marca da distinção; por exemplo, o Duque Wratislaw, na Boémia recebeu este privilégio do Papa Alexandre II; Pedro de Aragão recebeu de Inocêncio III. O imperador alemão também gozou deste direito.

Forma
Considerando a forma, há tal diferença entre a mitra do século XI e a mitra actual que, por vezes, é difícil reconhecer serem as duas a mesma peça litúrgica.. Na sua forma mais antiga, a mitra era uma cobertura simples, de material macio, que terminava acima numa ponta; tendo geralmente, mas não sempre, em torno da borda mais baixa, uma faixa ornamental (circulus). Parece também que as ínfulas não estiveram sempre unidas à parte traseira da mitra. Por volta do ano 1100, a mitra começou a ter uma forma curvada para cima, tomando forma de um barrete redondo. Em muitos casos apareceu logo um depressão, na parte superior similar a essa que é feita quando um chapéu de feltro macio é pressionado para baixo na cabeça, forçando-o na testa e na parte de trás da cabeça. Em diversas mitras, uma faixa ornamental passou da parte dianteira à parte traseira através do recorte; isto fez mais proeminente as cúspides, na parte superior das lâminas, dos lados direito e esquerdo da cabeça. Esta mitra em forma de calota foi usada até tarde, atingindo o início do século XII; e, em alguns lugares, até o último quarto deste século.
Por volta de 1125, uma mitra de um outro formato e aparência um tanto diferente é frequentemente encontrada. Nela as abas nos lados tinham-se tornado chifres (cornua), que terminavam, cada um, em uma ponta, tendo sido endurecidos com pergaminho ou alguma outra intertela. Esta mitra forneceu a forma de transição ao terceiro estilo, que é essencialmente o da mitra usada ainda hoje. A terceira mitra é distinta de sua predecessora, não realmente por sua forma, mas somente por sua posição na cabeça. Ao manter sua forma, a mitra foi, desde então, colocada na cabeça com os cornos já não acima da região temporal, mas acima da testa e da parte traseira da cabeça. As ínfulas tiveram, naturalmente, que ser prendidos na borda inferior abaixo do corno da parte traseira. O primeiro exemplo de tal mitra apareceu por volta de 1150. As mitras elaboradas desta forma tiveram não somente uma faixa ornamental (circulus) na borda mais baixa, mas uma faixa ornamental similar (titulus), que foi verticalmente aplicada sobre o meio dos cornos. No século XIV, esta forma de mitra começou a ser distorcida. Até então, a mitra tinha sido um tanto mais larga do que elevada, quando dobrado, mas neste período nela começou, lentamente, mas firmemente, ter a sua altura aumentada; até que, no século XVII, cresceu como uma torre real. Uma outra mudança, que surgiu no século XV, foi que os lados já não eram feitos na vertical, mas na diagonal. No século XVI, começou a ser habitual curvar-se, com mais ou menos intensidade, os lados diagonais dos cornos…

Tipos
O cerimonial distingue dois tipos de mitras
A Ornada quando é guarnecida de adornos, mais ou menos ricos. As mitras ornadas se dividem em:
Preciosa (Pretiosa): é decorada com pedras preciosas e ouro
Aurifrisada (Auriphrygiata): é de tecido liso de ouro ou de seda branca bordada a ouro e prata
Faixada: com duas faixas ornamentais ou galões, uma (circulus) na borda mais baixa, e outra (titulus) em posição vertical, no meio de cada pala ou corno.
A Simples é inteiramente de tecido branco, interna e externamente, sem ornamentos, nem mesmo nas ínfulas, que portam franjas vermelhas. Ela será de linho para os bispos e de seda adamascada branca apenas para os cardeais.
Papa
Tradicionalmente, o papa, conforme a circunstância, serve-se de três tipos de mitra:
A Gloriosa: ornada de pedras preciosas e de um círculo de ouro que lhe forma a base. (Nesta categoria está inclusa a mitra com a tripla faixa dourada).
A Preciosa: ricamente decorada, mas sem o círculo da base.
A Argêntea: de lhama de prata, correspondente à mitra simples dos bispos.
No caso do Papa, a mitra pode ter o formato de uma coroa tripla, sendo, neste caso, chamada de tiara papal ou "triregnum". O uso da tiara papal foi abandonado, mas não abolido, pelo Papa Paulo VI, que adoptou a mitra comum, com a intenção de enfatizar mais o carácter pastoral do que temporal da autoridade pontifícia.
Uso
O "Cerimonial dos Bispos" manda que a mitra, o anel episcopal e o báculo sejam abençoados antes da ordenação episcopal de quem o deva receber; sendo que a primeira imposição deve ser feita apenas durante o rito da ordenação. Antes das celebrações litúrgicas, deve sempre ser um diácono quem impõe a mitra no bispo.
Pelas normas litúrgicas actuais, a mitra deve sempre ser uma só na mesma acção litúrgica. A mitra preciosa é usada nas celebrações mais solenes. A aurifrisada é usada no advento, na administração dos sacramentos, e nas “memórias”. A faixada, nos dias comuns. A mitra simples usa-se na “Quarta-Feira de Cinzas”, na “Sexta-Feira Santa”, no dia de “Finados”, nas “Assembleias Quaresmais”, no rito da “Inscrição do Nome”, na solene celebração do sacramento da Penitência, na celebração de Exéquias e quando um bispo concelebrar com outros, não sendo ele o celebrante principal. Portanto, nas concelebrações, somente o celebrante principal pode usar a mitra ornada.
O direito de usar a mitra pertence somente ao papa, aos cardeais, aos bispos e abades. Porém houve alguns privilégios a prelados menores como dignitários de cabidos, prelados da Cúria Romana, e Protonotários Apostólicos, porém este uso era bem limitado. A mitra chegou a ser permitida ainda às abadessas de mosteiros femininos.
A mitra é distinta de outras insígnias e sempre é retirada quando o bispo está rezando, em decorrência do preceito apostólico do homem sempre rezar com a cabeça descoberta (1ª Cor 11, 14).
Na ordenação de um bispo ele recebe primeiro o livro do Evangelho, depois o anel episcopal, a mitra e por último o báculo.
Pelas leis litúrgicas a mitra é usada pelo bispo, sobre o solidéu, quando se dirige ou retorna, processionalmente, para alguma função sagrada; quando está sentado; quando faz homilia; quando faz saudações; locuções e avisos; quando dá a bênção solene; e quando faz gestos sacramentais. O bispo não usa a mitra: nas preces introdutórias; nas orações; na “Oração Universal”; na “Oração Eucarística”; durante a leitura do Evangelho; nos hinos, quando estes são cantados de pé; nas procissões em que leva o Santíssimo Sacramento, ou as relíquias da Santo Lenho; e diante do Santíssimo Sacramento exposto…

Heráldica
A mitra foi suprimida dos brasões de armas dos bispos católicos, em 1969, sendo mantida nos brasões das dioceses. Nos brasões anglicanos a mitra sempre esteve presente como timbre. As ínfulas são descritas com forro vermelho. O Papa Bento XVI , por influência do heraldista Monsenhor Andréa Cordero Lanza de Montezemolo (depois criado cardeal), retirou a tiara de seu brasão, substituindo-a por uma mitra de prata com três traços dourados (numa referência às três coroas da tiara). Esta atitude de Montezemolo gerou crítica em todas as instituições heráldicas do mundo, que dentre as muitas argumentações, a principal evocada é a de que a Heráldica tem leis seculares e fixas. A Sociedade Americana de Heráldica chegou a sugerir que Montezemolo utilizasse pelo menos o camelauco no brasão papal.”

Ainda sobre a Heráldica e a Mitra na página da net Ecclesia:
“Até 1969 a mitra era assim descrita para as composições da heráldica eclesiástica: a mitra é preciosa por quem tem a ordem dos bispos, posta de frente e acima do escudo à direita da cruz; é branca e posta de perfil para os abades detentores de jurisdição, inclinada à direita para os outros; é de ouro para os protonotários; branca para os outros que não tem o privilégio e é posta no centro no lugar da cruz.
Goffredo di Crollalanza afirma que na heráldica a mitra serve de penacho e os diversos eclesiásticos a portam como adiante se demonstra:Abades seculares: de perfil;Abades regulares: inclinada à direita;Abades comandatários: de perfil à direita;Ortodoxos mitratos: de perfil à direita;Bispos: de frente à direita; Arcebispos: de frente no meio.A mitra, aquela figura heráldica caracterizada em um escudo, representava a dignidade eclesiástica ou o prémio de virtude.”
Ainda da Ecclesia mas sobre o Chapéu eclesiástico:

“Na heráldica o chapéu eclesiástico é o ornamento externo mais usado para indicar o grau de dignidade, carimbando os prelados o próprio escudo com o chapéu que está em no lugar do elmo e/ou coroa.Moroni (Dizionario di Erudizione Storico-Ecclesiastica, Venezia MDCCCLIV.), falando dos chapéus prelatícios, afirma que em 1245, no curso do Concílio de Lião, o papa Inocêncio IV (1243-1254) concede aos cardeais um chapéu vermelho, quase particular distintivo de honra e de reconhecimento entre os altos prelados, para usarem na cavalgada da cidade. A prescrição de vermelho para que vigilantes estejam sempre prontos a derramarem o próprio sangue para defender a liberdade da Igreja e do povo cristão. Por este motivo, desde o século XIV os cardeais timbram os escudos deles com um chapéu vermelho, ornamentado de cordões e de borlas da mesma cor.

Na heráldica o chapéu vermelho que timbra o escudo dos cardeais aparece no início do século XIV, como se pode observar na catedral de Siena, na tumba do Cardeal Petroni, falecido em 1313. O uso era comum no século XV, com o gradual desaparecimento da mitra no brasão dos cardeais.
As borlas não eram definidas; assim, no tempo, podem-se observar chapéus dos cardeais com uma, duas, três, quatro ou seis borlas por lado, ao término dos cordões. O número das borlas dividem-se, de uso comum, disposto em quinze por parte, em cinco ordens de 1, 2, 3, 4 e 5 sobre o pontificado de Pio VI (1775-1779) e confirmado em 1832, com o Decreto da S. Congregação Cerimonial de 9 de fevereiro, onde se determina manter o número das borlas, a serem colocados em cada uma das duas fileiras do brasão dos eminentíssimos padres cardeais, divididos em quinze até não muitos anos atrás, sendo por todos proibido qualquer número superior a esse.
Com a Constituição Apostólica “Militatis Ecclesiae” regida em 19 de dezembro de 1644, Inocêncio X ordenou, por outro lado, que todos os Cardeais, com o escopo de construir a unidade e a igualdade do sacro colégio, removessem dos selos e de qualquer emblema deles, comummente chamados brasão, as coroas, os sinais e todos os atributos de origem secular, com excepção daqueles que são internos do escudo das milícias da família deles como parte essencial e íntegra do mesmo brasão, restando e decorados com o chapéu vermelho, resplendente da mesma cor do sangue precioso de Cristo. O galero ou chapéu dos cardeais é abolido pelo Papa Paulo VI…Para resguardar o número das borlas, Moroni continua descrevendo que antigamente se usava apenas aquelas que uniam o cordão ao manto, pois vinham adoptadas duas, enquanto posteriormente se acrescentou, daí porque se observa que dos dois cordões dos patriarcas, e núncios apostólicos, da dignidade episcopal, pendiam quatro por parte, contendo cada uma dez borlas, e aqueles dos arcebispos e bispos três em cada um dos dois lados, ou seja, seis borlas por cada cordão.
De fato, descreve que os Cardeais portam com dignidade, sobre o escudo da milícia deles, o píleo de cor vermelha com os cordões enlaçados em cinco ordens que formam cinco borlas ou fios, ou seja, isto é, um, dois, três, quatro e cinco da mesma cor para cada lado; foram estes institutos no lugar dos Senadores Romanos e representam o Poder do Rei sobre três Duques e aquela dos Primazes sobre três Arcebispos.Os Patriarcas portam sobre seus uniformes o chapéu de cor verde, forrado de púrpura com dez borlas, por parte com a cruz em três braços; destes foram eleitos na Igreja quatro, que são o Constantinopolitano, o Antioqueno, o Alexandrino e o Gerosolimitano no lugar dos Cônsules Romanos.
Os Arcebispos, ou Metropolitanos, carregam, como sinal da dignidade deles, um chapéu verde com um cordão vermelho com dez borlas em cada lado, como os Patriarcas, e sob isso, uma cruz com dois braços. São estas semelhanças com os Duques, porque como aqueles tiveram abaixo deles muitos Condes, assim estes têm mesmo muitos Bispos.
Os Bispos têm como marca episcopal um chapéu verde acoplado a seis borlas e uma cruz com mitra e báculo, somando ao lado do escudo, os cantos daqueles; representam estes os Condes…
Pelo chapéu do patriarca anota, por outro lado, que é similar ao de arcebispo, enquanto aquele prelado da Corte Romana é similar a este abade. Para o chapéu do protonotário apostólico descreve que é preto, mas como os fios de cor violeta, em número de três por parte e, finalmente, para o chapéu de bispo, descreve que é verde, com apenas um nó e três ordens de borlas por lado, dispostas 1, 2 e 3, informando que nem sempre os bispos se contentaram com apenas seis borlas, não podendo ter 10 ou 15 como os arcebispos.
A Enciclopédia Católica, descrevendo o chapéu e as borlas, os quais ornamentados de dignidade, anota que o chapéu acima do escudo, sustentando o capacete dos brasões nobres, delimitando os ornamentos de jurisdição e de ofício. As borlas subindo nos lados do escudo disposto no cume. Para os cardeais o chapéu – abaixo da “basílica” para o cardeal camerlengo – e as borlas são vermelhas e estas em número de trinta, dispostas quinze por parte, em cinco ordens de 1, 2, 3, 4, 5.Para os patriarcas o chapéu é verde adornado com a fita da mesma cor e fios de ouro e as borlas em número de trinta com a mesma disposição que para o cardeal. Para os arcebispos e bispos é verde com cordões e borlas da mesma cor, em número de vinte, dez por parte em quatro ordens; assim para o bispo, que não tem doze, seis por parte, sobre em ordens; para os protonotários participantes, sendo roxo com cordões e borlas escuras em número de doze, seis por parte, em três ordens; enquanto é preto com borlas pretas para os protonotários honorários…Plenamente divisível, a afirmação de Bruno Bernard Heim (L'Araldica della Chiesa Cattolica, Città del Vaticano 2000.) que, anos atrás, sustenta que não foi fácil submeter os chapéus eclesiásticos a uma normativa, antes do Motu Próprio “Inter multiplices curas” do papa São Pio X, emanado de 21 de fevereiro de 1905.Com este Motu Próprio, que regulamenta os hábitos e os emblemas dos protonotário e dos outros prelados da Cúria Romana, se prescreve que os protonotários Apostólicos de número ou participantes, numerosos e ad instar participantium “portam sobre o próprio brasão ou o aos próprios emblemas o chapéu com doze fios, seis por parte, mesmo de cor rubi, sem cruz nem mitra”; que os protonotários apostólicos titulares ou honorários “as próprias insígnia ou brasão podem sobrepor o chapéu, mas de cor preta apenas, com cordões e seis fios pendentes por lado, também na cor preta” e enfim, para os outros prelados da Cúria Romana, que “não podem nunca usar outra cor além do roxo no fio do barrete e na face do chapéu, que se distinguirá por ser feita com fios de ouro, e assim mesmo nos cordões e nos fios, e nos chapéu de sobrepor ao brasão, como dito no n. 18” e consequentemente, com doze fios, seis por parte.”

Ruinas de Lagar de Azeite - Vila Viçosa


Borboleta na Soida


Quinta das Relvas




Centro Educativo do Mondego - Direcção Geral de Reinserção Social


Centro Escolar do Vale do Mondego


Guarda
Centro Escolar do Vale do Mondego é inaugurado a 27 de Novembro
por Lusa15 Outubro 2010

A Câmara Municipal da Guarda anunciou hoje que o novo Centro Escolar do Vale do Mondego, na freguesia de Porto da Carne, vai inaugurado a 27 de Novembro, feriado municipal.
Segundo o presidente da autarquia, Joaquim Valente, o objectivo da Câmara é inaugurar, naquela data, o equipamento orçado em cerca de 1,4 milhões de euros.

Joaquim Valente adiantou à Lusa que o Centro Escolar está na fase final de execução, "faltando fazer os arranjos exteriores" e instalar equipamento e mobiliário, cuja adjudicação será discutida na próxima sessão de Câmara agendada para a próxima segunda feira.

O autarca, que falava hoje à Lusa à margem da cerimónia de assinatura de protocolos com 20 juntas de Freguesia e Instituições Particulares de Solidariedade Social do concelho, para fornecimento de refeições a 495 alunos, disse que a obra representa "um novo conceito de ensino, que fará a diferença para as gerações futuras".

O novo Centro Escolar do Vale do Mondego, edificado nas proximidades da antiga escola primária e do polidesportivo descoberto de Porto da Carne, tem quatro salas para os alunos do 1.º ciclo do ensino básico (100 crianças) e três para o ensino pré-escolar (75), estando também apetrechado com refeitório/sala polivalente, cozinha, área de recursos/biblioteca, entre outras valências.

Entretanto, Virgílio Bento, vice-presidente da Câmara da Guarda e responsável pelo pelouro da Educação, admitiu que o novo complexo escolar deverá "começar a funcionar logo na data da inauguração".

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Sobre o Vale


Borboleta na antiga praia de Aldeia Viçosa


Bandeira Azul na Aldeia Viçosa 18


Praia Fluvial de Aldeia Viçosa 16


À volta da Ponte da Mizarela 59


Domingo no Vale do Mondego 068


Vale do Mondego 0018


Vale do Mondego 0018
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O Tintinolho


Emblema da Freguesia de Porto da Carne


Artigo sobre as Trutas no Vale do Mondego

http://www.trutas.com.pt/noticias/2010/01/rio-mondego-finais-de-janeiro/

Café da Ponte da Mizarela


É a casa branca à direita da foto. O café mais perto do Mondego, em todo o Vale, e o mais castiço.
A sua decoração é feita com velharias recolhidas a maior parte na Quinta da Medroa.

Mizarela

A origem da povoação é medieval.

No dia 8 de Fevereiro 1912, após 3 meses de mau tempo, parte da povoação é atingida por um desabamento de terras a que chamaram o "Dilúvio", que arrasou várias habitações ferindo várias pessoas e tirando a vida a 15, 8 delas da mesma família. Ainda hoje é visível na encosta o buraco de onde se desprenderam as terras.

Lenda

Nos anos 80, aquando da construção da Casa do Povo, foi imortalizada num painel de azulejos colocado na fachada desse edifício a lenda que explica a razão pela qual a Mizarela é conhecida como a Aldeia do Melro. Conta a história que um agricultor andava pelos campos, de roda das cerdeiras, zelando pelas cerejas que estavam a amadurecer e, como tal, apresentavam uma cor amarelada quando a certa altura vê fugir um melro do meio de uma das árvores. Tendo o dito pássaro o bico amarelo, contava ele que tal fosse uma cereja e desatou a correr atrás dele empunhando uma espada de cortiça. Quando o pássaro parou em cima de um barroco de granito o agricultor não pensou duas vezes e atirou a espada com o intuito de acertar no melro. Consta que a pontaria não foi a melhor mas que, tal a fúria e determinação das gentes da terra, ao que parece o dito barroco se abriu ao impacto tendo a espada de cortiça ficado esta cravada nele.

Alguns populares há que acrescentam que o dito agricultor correu atrás do melro bons quilómetros, até ao sítio do Apeadeiro de Sobral da Serra. Outras fontes mais pictóricas afirmam que o melro levava realmente uma cereja no bico e que, para fugir da espada, a deixou cair e esta se foi enfiar na brecha recém-aberta no barroco e que daí rebentou uma cerdeira.

Património

A aldeia tem como ponto forte a imponente paisagem natural e é atravessada por uma calçada romana da qual ainda se podem encontrar alguns troços em razoável estado de conservação. Essa calçada seria provida de uma ponte da mesma idade sobre o rio Mondego que terá sido substituida por uma outra mais funcional durante a Idade Média e que, embora actualmente se situe em território de freguesias vizinhas, por todos é reconhecida como Ponte da Mizarela. Seguindo essa calçada na subida da serra, quem passasse na aldeia encontrava à entrada uma Capela dedicada a Santo António e à saída uma outra em honra de São Gregório.

Há ainda de destacar algumas quintas, solares e casas brazonadas, a Igreja Matriz e a Torre do Relógio.

Economia

O micro-clima do vale do Caldeirão e os solos férteis proporcionam um vasto leque de culturas hortículas, cereais e árvores de fruto, sendo de destacar as cerejeiras e as oliveiras. Aliás, a produção do afamado azeite é muito levada a sério pela população, mesmo pelos naturais que habitam fora da aldeia, que fazem grandes esforços por colher toda a azeitona não obstante o frio do Inverno.

in wikipedia

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Quinta da Lagarteira

Frente à Casa principal está um pequeno morro e nele existem ainda recortados nas lages, várias concavidades e canais de ligação entre elas que poderão reportar a tanques de tinturaria da época romana ou algo assim. Da mesma Quinta veio o cruzeiro que está hoje no largo da Igreja do Porto da Carne.

http://www.flickr.com/photos/lupan/5415768707/

Contam que se realizou uma corrida entre as gentes de Porto da Carne e as de Vila Cortez do Mondego e que quem chegasse primeiro levava o cruzeiro. Dizem, também, que as gentes de Porto da Carne fizeram batota e partiram de mais perto para lá chegar primeiro. Há referencias a um cruzeiro mais pequeno, também daquela Quinta e de que não se sabe o paradeiro.

Igreja de Porto da Carne


"Na igreja paroquial pode ver-se um ex-voto, no altar de seu nome, que relata o milagre feito a uma criança esmagada por um carro de bois. Quase a morrer, levaram-na junto do altar da Senhora, colocaram-na sobre ele e o menino ficou curado."
Já não está lá! Dizem que foi para restauro e não voltou....ou que está no Museu da Guarda...

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Medronheiros arbóreos

http://www.arvoresdeportugal.net/2010/08/medronheiros-arboreos-no-vale-do-mondego/

Blog da Mizarela

http://ndcmisarela.blogspot.com/

Lagarada de bacalhau


Lagarada de chouriço


O prato de carne da Lagarada


Lagarada, as entradas!


Lagarada


A Lagarada é um evento gastronómico que se realiza dentro do próprio Lagar onde a azeitona é tranformada em azeite e usa este azeite acabado de confeccionar.
É um evento social da comunidade que visa celebrar este tempo da apanha da azeitona e do seu encaminhamento para os lagares para dela se extrair o azeite. Ainda subsiste como actividade comunitária no Vale do Mondego.