sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Os Mostajos







Sábado, 9 de Julho de 2011





do Blog DOQUEMELEMBRO

Meruges, Mostajos e Míscaros
Não me vou alongar em definições e explicações etimológicas porque, sobre isso, existe muita informação disponível no google, para além de várias imagens.Como não tenho fotos, vai assim, a seco, apenas à força de lembranças, lembranças de bons sabores, que não se me apagam.A partir de Janeiro e mais ainda na entrada da Primavera, a salada corrente era a de meruges. Compravam-se na praça (mercado) aos molhinhos, atados com um baraço. Plantinha verde, tão pequena, tão frágil, crescida nos regatos e ribeiros que, na época da minha infância e juventude, ainda eram de águas cristalinas. Temperada com azeite, cebola e sal, raramente falhava na mesa enquanto se obtivesse fresca e viçosa. A concorrente, era a salada de agrião, mas, para mim, a de meruges era a eleita.Entrava o Verão e passavam a reinar as saladas de pepino, tomate e pimentos. Curiosamente, de alface não tenho praticamente memórias, talvez porque não fosse tão vulgar.Do Outono para o Inverno, surgiam os mostajos e os míscaros.Dito assim, parecem produtos equivalentes, mas não. Os mostajos surgiam ainda em Setembro, eram pequenos frutos, mais ou menos do tamanho de avelãs, mas de um amarelo torrado. A garotada (eu incluída), subia aos mostajeiros das redondezas para cortar os ramos de onde pendiam em cachos e eram comidos logo ali. Tinham um sabor adocicado e eram um pouco farinhentos, mas nem por isso os desdenhávamos. Dizia-se que, se comidos em quantidade, podiam até embebedar, mas acredito que esse efeito só se produziria com enorme quantidade, porque não me lembro de termos, alguma vez, ficado "tocados", com a barrigada que deles comíamos.Mas lembro-me das esfoladelas nos joelhos e de alguns tombos, felizmente sem grandes consequências.Ocorreu-me agora que esta situação (a subida às árvores) também acontecia no tempo das cerejas e das groselhas. Íamos pelas quintas que havia perto e, umas vezes com consentimento dos donos, outras à socapa, trepávamos pelos troncos para cortar pernadas carregadas desses saborosos frutos e chegávamos a casa felizes mas em estado lastimoso. Escusado será dizer que a minha mãe não achava muita graça a estas façanhas e algumas vezes tivemos de nos ir desculpar...Com o aumento da humidade outonal, apareciam nos pinhais os míscaros. As gentes das aldeias dedicavam-se a colhê-los e a levá-los aos mercados das vilas e cidades; eram, tal como as meruges, também uma fonte de rendimento. Experientes, sabiam distinguir os comestíveis dos venenosos e não era muito vulgar errarem, o que não quer dizer que não acontecesse. Na minha cidade, era também à praça que íamos comprá-los, onde eram vendidos às malgas. Três ou quatro malgas de míscaros, vertidas para um cantinho acomodado da cesta de verga, era normalmente a quantidade que a minha mãe trazia para casa. Depois, era guisá-los como se de pedaços de carne se tratasse, mas com o cuidado de incluir no tempero a colherzinha de prata que se ia buscar ao faqueiro. Era esta colherzinha que determinaria se sim ou não teríamos na mesa uma saborosa refeição de míscaros; é que, se no fim do cozinhado, ela saísse negra, sem sombra da sua cor característica, adeus míscaros, que iam do tacho directamente para a pia, porque nem para o caldeiro das viandas, serviam.Isto não aconteceu muitas vezes, mas aconteceu.Não voltei a comer míscaros desde que deixei definitivamente a cidade, nem mesmo quando voltava anualmente ou por alguma ocasião especial. O mesmo, quase posso dizer sobre as meruges e os mostajos. Das meruges, trouxeram-me uma vez uns dois ou três molhinhos, para matar saudades, mas não reconheci o sabor, por isso não quis que voltassem a trazer-mos. Dos mostajos, só pude uma vez chegar a um raquítico mostajeiro, em Vilar Maior (terra do meu avô paterno), mas estavamos em Agosto, não havia mostajos.De tudo, sobrou-me a colherzinha de prata, que anda por aqui escondida numa gaveta.
Publicada por Maria Elisa em 10:28





quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Musaranho 02

Musaranho 02 by LuPan59
Musaranho 02, a photo by LuPan59 on Flickr.

Maria Barraca

Maria Barraca by LuPan59
Maria Barraca, a photo by LuPan59 on Flickr.

Do livro "Património de Afectos", de Américo Rodrigues, 1995: Maria "Barraca", de seu nome verdadeiro Maria José dos Santos, da Mizarela, artista de bordados populares feitos com restos de tecidos de várias cores e geralmente dedicados a Sta. Bárbara. "...de pano velho e linhas recicladas fez inquietantes bordados de espanto e génio...". Onde andará o seu bloco de desenhos apocalípticos?

terça-feira, 19 de julho de 2011

Picoto ou Marco da Soida 01

Picoto ou Marco da Soida 01 by LuPan59
Picoto ou Marco da Soida 01, a photo by LuPan59 on Flickr.

Quinta das Relvas

Quinta das Relvas by LuPan59
Quinta das Relvas, a photo by LuPan59 on Flickr.

Quinta de N.S.Carmo 02

Quinta de N.S.Carmo 02 by LuPan59
Quinta de N.S.Carmo 02, a photo by LuPan59 on Flickr.

Soida

Soida by LuPan59
Soida, a photo by LuPan59 on Flickr.

Quinta do Ourives

Quinta do Ourives by LuPan59
Quinta do Ourives, a photo by LuPan59 on Flickr.

Vale dos Trinta

Vale dos Trinta by LuPan59
Vale dos Trinta, a photo by LuPan59 on Flickr.

Castro do Monte da Serra no Picoto ou Marco da Soida 01

Pedra Aguda e Monte Verão 01

Pedra Aguda e Monte Verão 01 by LuPan59
Pedra Aguda e Monte Verão 01, a photo by LuPan59 on Flickr.

Borboletas de montanha 06

Borboletas de montanha 06 by LuPan59
Borboletas de montanha 06, a photo by LuPan59 on Flickr.

Borboletas de montanha 07

Borboletas de montanha 07 by LuPan59
Borboletas de montanha 07, a photo by LuPan59 on Flickr.

Borboletas de montanha 11

Borboletas de montanha 11 by LuPan59
Borboletas de montanha 11, a photo by LuPan59 on Flickr.

Borboletas de montanha 13

Borboletas de montanha 13 by LuPan59
Borboletas de montanha 13, a photo by LuPan59 on Flickr.

Torre do Relogio de Aldeia Viçosa 04

Lagar de vinho do Ferrador - Aldeia Viçosa

D. José Arrais que mandou construir a Quinta da Mitra

Aldeia Viçosa 01

Aldeia Viçosa 01 by LuPan59
Aldeia Viçosa 01, a photo by LuPan59 on Flickr.

Pedra que Abana 01

Pedra que Abana 01 by LuPan59
Pedra que Abana 01, a photo by LuPan59 on Flickr.

Pedra que Abana 06

Pedra que Abana 06 by LuPan59
Pedra que Abana 06, a photo by LuPan59 on Flickr.

Corte Roncão ou Gruta do Bin Laden 03

Corte Roncão ou Gruta do Bin Laden 13

Pedra Santa 01

Pedra Santa 01 by LuPan59
Pedra Santa 01, a photo by LuPan59 on Flickr.

Pedra Santa 03

Pedra Santa 03 by LuPan59
Pedra Santa 03, a photo by LuPan59 on Flickr.

Pedra Sobreposta 07

Pedra Sobreposta 07 by LuPan59
Pedra Sobreposta 07, a photo by LuPan59 on Flickr.

Túmulo na Rapa 04

Túmulo na Rapa 04 by LuPan59
Túmulo na Rapa 04, a photo by LuPan59 on Flickr.

Quinta do Ourives 07

Quinta do Ourives 07 by LuPan59
Quinta do Ourives 07, a photo by LuPan59 on Flickr.

Túmulo coevo